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A história do banheiro

26/12/2016 16:12

Veja como foi evoluindo ao longo do tempo o espaço mais íntimo da nossa casa

Os sanitários como conhecemos hoje, do ponto de vista histórico, só começaram a existir bem recentemente, e dependeram de muitas inovações para estarem à nossa disposição hoje.

 

Harappa: tudo pelo cano

A civilização Harappeana (Ou "Vale do Indo"), que floresceu no oeste da Índia por volta de 2500 a.C., já construía latrinas com água corrente, que eram ligadas a canais construídos com tijolos e faziam parte de um sistema sanitário que incluía até bueiros.
 

Egito antigo: enfim sentados

No Egito, por volta de 3000 a.C. as pessoas já tinham o hábito de se banharem para limpar o corpo e purificar a alma. Em 2000 a.C., apareceram as primeiras latrinas egípcias, que eram usadas da forma como conhecemos hoje (com assentos). Mas não há dados históricos sobre encanamentos, canaletas ou sistemas de esgotos. 

Cerca de mil anos depois, surgiu o primeiro relato de um mecanismo de descarga hidráulica inovador,  que teria sido inventado pelos habitantes da ilha de Bahrein, no Golfo Pérsico.

 

Salas de banho 

Na Grécia Antiga e, mais tarde, no Império Romano, os banhos públicos foram valorizados como oportunidades para relaxar, ter prazer e confraternizar. As salas de banho romanas, aliás, eram luxuosas e contavam com água aquecida, pátios, saunas, piscinas e vestiários.
 

Banheiros públicos 

 

A higiene dos romanos antigos pode até não parecer muito boa hoje, mas na época estava bem à frente da maioria dos povos. 

As latrinas romanas eram frequentadas tanto por homens como por mulheres. Além disso eles gostavam de interagir durante sua evacuação: promoviam debates, encontros cívicos e até banquetes (!) em seus banheiros!
 
O típico banheiro romano era público (latrinae) e comunitário, e embaixo deles passava um canal de água corrente, usado para carregar os dejetos até rios distantes. Preocupados com as condições sanitárias das cidades, eles já tinham grandes complexos de água corrente (os aquedutos) e até esgotos, fazendo inveja à Europa medieval de séculos depois.
 

As janelas perigosas da Europa

Parece até que a Europa sofreu de amnésia: todos os avanços dos antigos romanos "foram pro ralo" na Europa medieval. Eles simplesmente se esqueceram de todos os sistemas desenvolvidos séculos antes, e não tinham nenhum sistema de infra-estrutura. 

 

Era comum que o esgoto corresse a céu aberto, em valas no meio das ruas.

Na Europa medieval, os penicos eram utilizados por todos, e esvaziados pelas janelas. Simplesmente jogavam o conteúdo dos penicos pela janela, atirando-se tudo no meio da rua, sem preocupação com os pobres cidadãos que estivessem passando.
 

 

Banhos de tina

A ideia do banho coletivo como algo prazeroso entrou em declínio quando o cristianismo se expandiu. Na Europa da Idade Média, tomar banho era um ato de luxúria. Por isso, a higiene pessoal era feita com panos úmidos, sempre em ambiente privado e raramente todos os dias. Nas casas mais abastadas havia banhos de tina, mas era comum que a família inteira se limpasse com a mesma água.

 

Banheiros dentro de casa

 
Mesmo nas mais luxuosas mansões e castelos, normalmente não havia banheiros. Era mais comum haver apenas um buraco, no qual os usuários deixavam seus dejetos, que iam parar na rua mesmo ou no fosso em torno do castelo. Além de frios e ventosos, estes banheiros cheiravam tão mal que eram usados para guardar roupa, que assim ficava protegida de insetos, por isto, esses cômodos eram conhecidos como “garderobes”, que quer dizer "closet" - ou seja, aquele quarto que servia de guarda-roupas.

Banheiros dentro de casa só começaram a se popularizar na Europa em 1668, quando a França instituiu uma nova legislação em Paris: o decreto determinava que todas as novas casas construídas na cidade deveriam ter esse importante cômodo.
 

Cadeiras sanitárias

No século 17, as pessoas da alta classe européia utilizavam a cadeira de retrete - um móvel (muitas vezes chique) que acomodava um penico para recolher os dejetos. A cadeira era transportada pelos criados até o quarto do nobre usuário. No Palácio de Versalhes, havia cerca de trezentos desses móveis sanitários durante o reinado de Luís 14.
 

Louças  

No século 18, voltou a prevalecer a ideia de que a falta de banho originava doenças e isto fez com que, no século 19, as redes de água e esgoto das cidades começassem a vingar. Tal tecnologia facilitou a instalação de banheiros familiares nas casas. No Brasil, nas residências de famílias ricas, apareceram as primeiras peças importadas de louça e ferro esmaltado.

 

Finalmente, o papel higênico

A limpeza depois da evacuação era difícil e, geralmente não havia muita preocupação com a higiene após a evacuação nos banheiros primitivos. O jeito era as pessoas se limparem com o que estivesse à mão, e podia ser qualquer coisa, como água, grama e até areia. O papel higiênico só foi inventado em 1857, nos Estados Unidos, por Joseph Gayetty. 

 

Banheiras e bidês 

O banheiro ganhou o status de cômodo importante no século 20 e era comum ver uma banheira e um bidê nos mais elaborados. A maioria das casas, porém, contava um único cômodo deste tipo para toda a família: ele ficava sempre juntinho da cozinha para aproveitar os mesmos canos de água

 

Cores e mais cores

No Brasil, nos anos 70 e 80, os banheiros eram extravagantes: os azulejos e louças eram decorados ou em cores berrantes. Nesse período também surgiu a febre das suítes e, por falta de espaço, a banheira perdeu espaço para os chuveiros e boxes de acrílico. A quantidade de banheiros nas casas começa aumentar, mas a metragem diminui: apê pequeno, banheiros micro. É o momento que surgem os lavabos

 

Economia de água

A partir dos anos 2000 ganham força os equipamentos "sustentáveis". As torneiras passaram a ter arejadores (que acrescentam ar à água) e os vasos sanitários ganharam vazão reduzida e economia de até 75% em relação às bacias antigas, com capacidade para descargas de 18 litros. Entre os revestimentos, o branco vira protagonista por ser sinônimo de limpeza

 

Banho de conforto

As instalações elétricas e hidráulicas melhoraram muito ao longo da história e se tornaram mais seguras e eficientes. O mesmo aconteceu com os chuveiros elétricos, que passaram a ser produzidos em uma infinidade de modelos para banhos mais confortáveis. Os equipamentos oferecem desde duchas abundantes com menos consumo de água (por acrescentar ar ao líquido) até cromoterapia e som acoplado

 

Banheiro-spa

Quem pode pagar busca ter banheiros que são, também, espaços de relaxamento. Peças com design mais refinado, revestimentos nobres (madeira, pedras, mármores) em tons neutros e iluminação mais funcional fazem parte deste combo. De olho no público endinheirado, as banheiras de hidromassagem evoluem e tornam-se sonhos de consumo. [Na foto, ambiente criado pela arquiteta Marina Linhares]

 

O futuro é leve

O futuro aponta para o predomínio das louças sanitárias com design leve. As bacias suspensas, por exemplo, são tendência na Europa e na Ásia e têm tudo para ganhar espaço no Brasil. A busca por revestimentos anti bacterianos e de dispositivos de automação cada vez mais sofisticados cresce cada vez mais

 

[Fontes: UOL Estilo, Curto e Curioso]

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